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domingo, maio 10, 2009

Mãe...Esta saudade doí

Esta saudade dói!
Hoje não consigo rendilhar versos, chulear rimas e nem metrificar inspirações...
Hoje, o que eu gostaria mesmo era de sentir-me agasalhadinha no seu colo!
A saudade chegou por aqui com força e entrou sorrateiramente, sem pedir licença...
Apossou-se sem cerimônia do meu coração e ali permaneceu quietinha, até o momento em que os meus olhos começassem a marejar...
Hoje me tornei egoísta, pois não quero apenas sonhar com você, mãe.....
Preciso de muito mais...
Quero sentir a ternura do seu abraço, rever aquela meiga claridade brilhando nos seus olhos...
E ouvir de novo, ainda que por um fugaz instante, o timbre encantador da tua voz!
Sem o calor de sua presença, cumpre-me agora a obrigação de seguir sem teu carinho a minha estrada, onde todos os atalhos convergem para os cuidados com meu filho, aquele que me fez mãe, da mesma forma que também te fiz mãe um dia.
Sabe mãe, quando você partiu, levou a parte mais preciosa mim, como se eu tivesse ficado reduzida à metade do que era...
Perdi aquela firmeza no caminhar; sinto algo assim como se tivesse sido alejada das minhas pernas, pois me falta a firmeza daquele apoio que você me dava!
Esse estranho caminhar sem sentir o chão onde piso, faz-me por vezes perder o rumo...
No entanto, sou capaz até de adivinhar o que você vai me dizer:
"Porque está assim, menina? Você não está sozinha!".
E eu lhe direi que estou sozinha, sim, mãe...
Meu filho já criei, e, mercê de Deus, o eduquei e formei,
pois era ele o meu objetivo precípuo de vida.
E ainda estão vivas na minha memória as palavras que então você me dirigia:
"Cuida do meu "bebê". Lembra-se de quando você o tratava assim?
Hoje o "seu bebê é um homem, já formado...
E para ufanismo do meu coração, é um doutor em leis!
Sei que você deve estar orgulhosa dele, e de mim também, pois procurei seguir à risca,
tim-tim por tim-tim, tudo que você me recomendou.
E agora mãe? Que mais me resta fazer?
Algo de útil ainda, claro.
Mas, especialmente hoje, eu quero ficar com você...
Preciso sentir de novo o calor aconchegante do seu colo carinhoso e tomar a liberdade de perguntar-lhe algo muito pessoal...
Será, mãezinha, que já estaria próxima do fim a missão que vim cumprir aqui no plano terrestre?Procure indagar sobre isso, mãe, aí nessa maravilhosa dimensão em que te encontras.
Se alguém por aí lhe disser que isso é verdade mesmo,
e que a minha missão esteja próxima do fim, não demore, mãe....vem me buscar!
Por hoje, deixe-me ficar aqui, recostadinha no seu colo!
(Teka Nascimento)