Sei que deixo, por onde passo, partes de mim, um pedaço, energias e sentimentos que respiro,
e por vezes, eu nem cuido, deixo estar.
No trânsito eu me perco em histeria, nos relacionamentos sou doce, mas possessivo, nas amizades sinceras, sou exigente, quero sempre o melhor, e por vezes, exagero.
Sou todo o sentimento do mundo, na pele, no rosto e em cada poro, exalo a energia de quem quer vencer.
Mesmo assim, quando a noite cai, um vazio se apodera de mim, a solidão senta-se ao meu lado na cama,
e ainda que acompanhado, ela segura na minha mão como amante cansada, e faz vigília comigo, nas noites insones.
Quem sabe o vazio monstruoso, seja resultado do não desligar, do querer sempre agradar, deixando de ser eu mesmo, para ser o que esperam de mim.
Por isso resolvi, da solidão me separar, e hoje, ainda com olheiras, sai mais cedo para caminhar,
vou recomeçar, vou deixar me guiar, pelo companheiro mais importante que Deus me deu, de hoje em diante, meu melhor amigo, sou eu.
(Paulo Roberto Gaefke)
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