quarta-feira, maio 07, 2014

O passar do tempo

Eu e o Jailson completamos ontem 31 anos de casados, dedico esse poema a nossa união!
O amor, quando faz
Trinta e um anos,
Deixa a concha...

De madrepérola,
Pois, ao sair do papel,
Em plena lua de mel,
Enrolou-se no algodão.
Em meio a buquê de flores,
Fez-se duro como madeira
Entrelaçada de amores...


O sabor do açúcar trouxe
O perfume da papoula,
Que passou pelo barro
E foi virar cerâmica
(Sem quebrar a louça).
Ah... Todos esses anos,
Quantos desenganos
A envergar o aço,
A desafiar o abraço e
A rasgar seda, cetim.
O linho trouxe a renda
E as bodas viraram marfim.
No resplandecer do cristal,
A turmalina cor de rosa
Desaguou na turquesa...
Ao amor e sua beleza,
Juntou-se a maioridade.


O que fazer agora, então?
A água-marinha já não
Banha a mesma porcelana?
Resiste a louça, coberta
Em palha, guardada
Em opala, que desperta
O brilho fino da prata...

Ah... Como passam os anos...
Novos e novos desenganos
Trazem um cheiro de erva
Ao amor balzaquiano...
Tudo agora é pérola!
E a força do Nácar ajuda
A passar trinta e um anos.

Como não ficar sozinho...?
Logo, logo, novos desengano
Trarão as Bodas de Pinho.
Mas, aí são novos caminhos...


(José Carlos Camapum Barroso)

31 anos de casados se comemora bodas de Nácar.
Material produzido por moluscos, encontrado dentro de conchas, é bem raro e de uma beleza incrível!

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